"Em um dia ensolarado de Carnaval, decidimos todos subir a tão comentada trilha do Corcovado. Como nosso grupo possui pessoas de tudo quanto é lugar no Rio de Janeiro e em Niterói, cidade vizinha, achamos por bem nos encontrarmos no Terminal da Central, de onde saem ônibus para o Parque Laje.
À medida que as pessoas iam chegando, fui percebendo como fui despreparado... Um vinha com um machado e uma espada (de brinquedo, é claro), outro com máscaras de todos os tipos, o que me fez pensar se tinha algum bloco de Carnaval no alto do Cristo.
Marcamos às 9 horas no Parque Laje. Mas, com um grupo tão distinto, só conseguimos iniciar a subida às 10 horas. O mais interessante é que os que moram mais perto são os que mais atrasam, já percebeu?
Iniciamos uma trilha em mata fechada, onde não tivemos grandes dificuldades, a não ser em uma parte de pedra, onde precisamos nos segurar em correntes que lá já estavam, e por um pedaço mais íngrime de chão arenoso, onde tivemos que nos agarrar nas árvores e nas raízes recém-nascidas que se encontravam no meio do caminho. É nessas horas que os mais confiantes encontram maior desafio, já que sempre acham que o tênis não vai derrapar... Um de nós involuntariamente começou a praticar sandboard sem prancha. Todos ficaram olhando sem fala, se segurando para não rir do companheiro, mas não teve jeito. De repente todos se acabaram de gargalhar e foi uma festa só.
Então logo percebemos que não estávamos sozinhos. Até seres mais ilustres chegavam mais perto para ver o que estava acontecendo. Queriam descobrir o porquê de tamanha felicidade.
Continuando na trilha, pegamos o caminho dos trilhos do bondinho. Ao contrário do que possa parecer, o trilho não tem risco nenhum, já que a energia elétrica passa acima bondinho.
Depois de apreciar a vista lateral da Cidade Maravihosa, chegamos onde o caminho do trem encontra o caminho dos carros. Pegamos então um pedaço com asfaltado até chegarmos onde estacionam as vans. Cansado com a vista que tínhamos ao nosso redor, não conseguíamos pensar em outra coisa a não ser parar e descansar. Depois de lancharmos, decidimos subir até o topo para poder ver o Cristo de mais de perto, mas eis o que tivemos como resposta:
“Só pode entrar aqui quem tiver com a entrada. Mas não tem problema, vocês podem entrar nas vans, descer, comprar as entradas e depois subir de novo.”
Fala sério! Descer de van!? Tudo menos isso! Você já deve imaginar que decidimos não descer. Ficamos, ao invés disso, aproveitando a bela vista que nos proporcionou nossa caminhada de 2 horas. Ficamos bestificados com a vista de cima da Cidade Maravilhosa e com a esperteza com que os quatis “roubavam” a comida que os turistas esqueciam.
Fizemos nossa própria festa. Como você já deve ter percebido, não precisamos que ninguém nos diga o que devemos fazer para que possamos nos divertir. Aproveitamos como em um típico dia de Carnaval.
Retornamos então ao Parque Laje, com a sensação de dever cumprido, com mochilas vazias, mas com as mentes e câmeras cheias de recordações as quais nunca esqueceremos."
(Pieter van Tilburg)
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